terça-feira, 30 de setembro de 2008

O PAPEL DOS CRISTÃOS NAS ELEIÇÕES ( e de não cristãos também)

*Prof. Felipe Aquino
30-Set-2008

A principal arma dos cidadãos no regime democrático é o voto. É através dele que o povo pode fazer valer a sua vontade e o seu legítimo poder. É pelo voto que cada cidadão participa dos destinos de sua nação, até mesmo mudando seu rumo e eliminando os maus governantes.

Diz a nossa Constituição que "todo poder emana do povo e que em seu nome é exercido". Portanto, como dizem os sociólogos, "todo povo tem o governo que merece". O governante sai do meio do povo e é escolhido pelo povo. Isso aumenta ainda mais a importância de o cristão exercer sua cidadania na construção de uma sociedade justa e solidária. É fundamental despertar o senso global das responsabilidades políticas.

Se o povo sabe votar bem e escolher homens e mulheres honestos e capazes para dirigir a cidade, o estado e a nação, então, esse povo terá governantes honestos e justos, que saberão priorizar bem os recursos públicos, os impostos pagos pelos cidadãos etc. No entanto, se o povo escolher seus governantes por motivos egoístas, interesseiros, sem escolher bem os candidatos, então, terá certamente governantes que serão no máximo politiqueiros, não políticos.

O político verdadeiro é aquele que governa e dirige "para o bem comum". É aquele que prioriza os mais necessitados e as medidas mais urgentes que beneficiem a todos de modo geral. O verdadeiro político decide em função do bem comum e não de seus interesses eleitoreiros ou corruptos. Infelizmente, muitos deles "se servem da política" ao invés de servir ao povo.

Muitos fazem da oportunidade de exercer um cargo público uma maneira de se enriquecer e empregar os familiares mais próximos. É por isso que hoje o conceito dos políticos está desacreditado. Mas o povo tem culpa também nisso, já que elege esses maus políticos. Se o povo escolhesse melhor, com mais consciência e seriedade, conhecendo cada um, tudo seria diferente.

São inúmeras as obras importantes e urgentes que deixam de ser feitas porque simplesmente "não dão votos". Mas, a politicagem um dia aparece clara aos olhos do povo. Disse alguém que é possível enganar a muitos durante pouco tempo, ou a poucos durante muito tempo, mas que é impossível enganar a todos o tempo todo. Um dia a casa cai.

Para o cristão, a política tem uma importância enorme. Tanto para aquele que é simples eleitor, como para aquele que é candidato a algum cargo. O eleitor cristão precisa ter em mente que quando ele vota está exercendo certo poder, e Jesus disse que todo poder vem do alto e é dado por Deus. Sendo assim, o cristão tem dupla responsabilidade de votar bem: como cristão e como cidadão.

É pecado "vender" o seu voto ou votar mal. O cristão não pode votar com "segundas intenções", só porque aquele candidato prometeu ajudar depois de eleito, seja com um emprego ou qualquer outro favorecimento. O cristão deve votar com a consciência, escolhendo entre todos os candidatos o melhor, independentemente de interesses, sentimentalismos, parentesco ou amizade. Também disso vamos prestar contas a Deus um dia.

Para que o cristão tenha uma participação ativa na política é necessário incentivar o levantamento e o debate dos problemas sociais em cada município, os problemas do estado e do país. Sem informação, sem se inteirar dos problemas do povo, não se pode votar bem. É importante participar de debates, diálogos entre amigos e familiares no sentido de instruir os que não têm informações corretas para que não sejam manipulados pelas propostas eleitoreiras, tão comuns em véspera de eleições.

* Prof. Felipe Aquino é teólogo e apresentador dos programas Escola da Fé e Trocando idéias, na TV Canção Nova

Os grifos são nossos.

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