quinta-feira, 17 de julho de 2008

Dez passos para sair do vermelho

Por descontrole, desemprego ou problemas imprevistos - como uma doença na família - , muitos acabam com as contas estouradas.
Para quem se depara com essa situação, mesmo que o endividado tenha uma renda baixíssima, há alternativas para sair do vermelho.

O primeiro passo é organizar as finanças.

- Não adianta o devedor pedir desconto, renegociar o débito ou pedir abatimento do juro se não estiver com a vida financeira equilibrada, ou seja, ganhando mais do que gasta - diz o professor de finanças do Ibmec Liao Yu Chieh.

No caso de desemprego,

a melhor alternativa é fechar a carteira e segurar os gastos até melhorar a situação. O ideal, normalmente, é que as despesas de casa - como aluguel e contas de água e de energia elétrica - não representem mais do que 30% dos ganhos, recomenda o consultor financeiro Samuel Marques.

Abaixo, veja os 10 passos organizados a partir de dicas de especialistas para quem quer voltar a ficar no azul.

1. Ponha tudo na planilhaListe os ganhos que você tem, incluindo salário, rendimento de investimentos ou aluguel de imóveis, por exemplo. Depois, faça um mapeamento de todas as despesas. Com as finanças desequilibradas, você começa a financiar a dívida recorrendo ao crédito rotativo do cartão de crédito ou do cheque especial.Não poderia ser pior: o juro faz a dívida ficar muito maior e dificilmente se conseguirá honrar os compromissos.

2. Identifique o tipo de dívidaAs dívidas de consumo são aquelas de compras de roupas, supermercado, contas de água e de energia elétrica e de produtos já consumidos e sobre os quais não é possível o devedor negociá-las no mercado.Dívidas de investimento são relacionadas à aquisição de um automóvel ou imóvel, por exemplo. O consumidor deve avaliar as dívidas de longo prazo e se a atual situação é passageira ou grave, e qual a perspectiva de solução. S e o problema for passageiro, é possível refinanciar o bem, negociando juros e parcelas. Se a crise tende a ser longa, você pode vender o bem antes que seja recuperado pelo credor.

3. Negocie prazos e parcelas. O prazo e o valor da parcela vão depender da renda do devedor e suas obrigações mensais. Mesmo com a facilidade de parcelar e financiar bens por longos períodos, o melhor é pagar a dívida no menor tempo possível. Um imóvel financiado em 30 anos, por exemplo, pode custar até 70% mais do que aquele financiado em 10 anos.

4. Fique atento à taxa de juroUma saída é pedir desconto sobre os juros mais altos, cobrados em cartões de crédito e cheque especial. A taxa pode ser de até 15% ao mês. Conforme a capacidade de pagamento e a habilidade para negociar a dívida, opte por linhas de crédito pessoal ou tente um reparcelamento. A taxa pode cair para menos de 5% ao mês.
A empresa tem interesse em receber. Chegar a um acordo é bom para os dois lados.

5. Peça abatimento de juro e multaSe a dívida é um aluguel, muitas vezes é possível pedir o abatimento do juro e da multa. Isso desde que a pessoa se mostre preocupada em quitar o pagamento e que o atraso não ocorra com freqüência.

6. Tente desconto no pagamento à vistaCaso o devedor receba um dinheiro extra, como o 13º salário ou restituição do Imposto de Renda, pode conseguir pagar à vista, com desconto. No caso dos bancos, há possibilidade de descontos maiores se a dívida for antiga e envolver um pequeno valor. Tudo o que o devedor pagar é lucro para os bancos. Além do mais, sai caro entrar na Justiça para cobrar quantias baixas e o caso pode levar anos para ser resolvido.

7. Recorra a financiamentos mais baratosPara quem está se endividando ainda mais para pagar as dívidas antigas, uma recomendação: evite, a todo custo, usar o limite rotativo do cartão de crédito, cujas taxas são muito alta s. O devedor pode recorrer, por exemplo, ao penhor de jóias, em que o juro é pouco mais de 2%, ou fazer um refinanciamento da dívida com o banco.

8. Cancele o cheque especialNem sempre é fácil se livrar dos créditos disponíveis, como cartão de crédito e cheque especial. Devido à facilidade, são esses que têm os maiores juros. Para não cair na tentação do crédito fácil, e caro, a recomendação é o cancelamento dessas linhas. As pessoas recorrem ao cartão porque não precisam pesquisar ondevão pedir o dinheiro e nem as taxas e tampouco organizar documentos para pedir o empréstimo.

9. Mantenha a residência e evite os maiores jurosApesar da morosidade da Justiça no Brasil, o devedor que está em débito com o aluguel ou com o financiamento da casa pode perder o bem.Especialistas recomendam que esses débitos estejam entre os principais a honrar. Aqueles com os maiores juros devem ser liquidados prioritariamente.

10. Fuja dos agiotas
O principal motivo para que o devedor, mesmo desesperado, não peça dinheiro a agiotas é que essa prática é considerada um crime. As taxas de juros são altíssimas e muitos agiotas podem estar dando um golpe ao pedir como garantia cheques e notas promissórias em branco.

Fonte: Instituto Brasileiro de Estudos e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), professor de finanças do Ibmec Liao Yu Chieh e consultores financeiros Samuel Marques e Glória Maria Garcia Pereira

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